ABD VOL99 NUM4

LUPUS MILIARIS DISSEMINATUS FACIEI COM ENVOLVIMENTO EXTRAFACIAL EM MENINA JAPONESA DE 6 ANOS M. Kusano et al Publicação oficial da Sociedade Brasileira de Dermatologia Dermatologia Anais Brasileiros de Volume 99 Número 4 2024 www.anaisdedermatologia.org.br *- σ Tatuagens: riscos e complicações, abordagem clínica e histopatolologia As intervenções comportamentais são a melhor escolha para pacientes com dermatite atópica? Metanálise de seis ensaios controlados randomizados Eficácia e segurança do creme de colchicina 0,5% versus creme de 5-fluorouracil 5% no tratamento do campo de cancerização cutâneo: ensaio clínico randomizado Enxerto de unidade folicular em úlceras crônicas: técnica valiosa para manejo integrado Eficácia do minoxidil tópico a 5% versus 5 mg de biotina oral versus minoxidil tópico e biotina oral no crescimento capilar em homens: ensaio clínico randomizado, cruzado Sífilis secundária ocorrendo sob terapia anti-CD20: riscos, progressão e abordagem Minoxidil oral em baixa dose para alopecia persistente após quimioterapia e radioterapia em paciente pediátrica

*RESULTADO COMPROVADO EM TESTE CLÍNICO. PRODUTO COSMÉTICO, SEM AÇÃO TERAPÊUTICA. Resultados através do exame de tricograma em 74 pacientes mulheres brasileiras, mostrou que, após 90 dias de uso domiciliar houve um aumento estatisticamente significativo da relação fase anágena/telógena no grupo de indivíduos que utilizou o Tônico Capilar com DynoxidilTM após 30, 60 e 90 dias de uso. Isto indica que o produto foi eficaz para reduzir a perda de cabelo. Esse efeito foi percebido em 63% dos sujeitos na avaliação de 30 dias, em 86% dos sujeitos na avaliação de 60 dias e em 83% dos sujeitos na avaliação de 90 dias1. Conheça nossa linha completa Ativo fortalecedor da raiz com redução da enzima protease Ativo proteico potencializador do folículo AUMENTA A ANCORAGEM DOS FIOS E REVITALIZA A RAIZ PARA UM CRESCIMENTO MAIS SAUDÁVEL Resultados visíveis a partir de 30 dias1 Após 60 dias, 86% das participantes tiveram melhora na proporção de os anágenos/telógenos comparado com os produtos sem DynoxidilTM

PERIODICIDADE BIMESTRAL EDITOR CIENTÍFICO Silvio Alencar Marques Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Botucatu (SP), Brasil EDITORES CIENTÍFICOS ASSOCIADOS Ana Maria Roselino Universidade de São Paulo (USP) - Ribeirão Preto (SP), Brasil Hiram Larangeira de Almeida Jr Universidade Federal de Pelotas e Universidade Católica de Pelotas, Pelotas (RS), Brasil Luciana P Fernandes Abbade Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Botucatu (SP), Brasil EQUIPE TÉCNICA Nazareno Nogueira de Souza BIBLIOTECÁRIA Vanessa Zampier An Bras Dermatol.| Rio de Janeiro | v.99 | n.4 | p. 489 –650 | Julho/Agosto 2024 w w w. a n a i s d e d e r m a t o l o g i a . o r g . b r Anais Brasileiros de Dermatologia Publicação Oficial da Sociedade Brasileira de Dermatologia ISSN: 0365-0596 Online ISSN: 1806-4841

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❑ The journal Anais Brasileiros de Dermatologia, ISSN 0365-0596, created in 1925, is published bimonthly by the Brazilian Society of Dermatology and is devoted to the dissemination of original, previously unpublished technical-scientific research papers or reviews of dermatologic and/or related topics. ❑ The concepts and opinions emitted in the articles are the exclusive responsibility of the authors and in the advertisements they are the exclusive responsibility of the advertisers. ❑ All the articles are available in English on the site www.anaisdedermatologia.org.br ❑ Full reproduction of the papers in any form or of any type is not permitted without written authorization. Partial citations are permitted as long as the full reference to the source is given. ❑ Information for authors are available on the website of the Anais a t w w w. a n a i s d e d e r m a t o l o g i a . o rg . b r A u t h o r s s h o u l d c o n s u l t t h e s e instructions before submitting manuscripts to this Journal. ❑ For reproduction, contact Anais Brasileiros de Dermatologia E-mail: abd@sbd.org.br@sbd.org.br ❑ Foreign annual subscription: US$ 250,00 Form of payment: Swift payment Code: Swift-BRA5BRRJRJO - Banco do Brazil Ag: 0435-9 - C/C: 33937-7 Sociedade Brasileira de Dermatologia ❑ Home page http://www.anaisdedermatologia.org.br ❑ Mailing address Anais Brasileiros de Dermatologia Av. Rio Branco, 39 / 18o andar 20090-003 Rio de Janeiro RJ Brazil E-mail: abd@sbd.org.br ❑ Number of printed copies 6.400 This paper meets the requirements of ANSI/NISO Z39.48-1992 (Permanence of paper). * Acid - free paper NOTICE: In compliance with the current legislation, notice is given that this is an official publication of the Brazilian Society of Dermatology, destined for the specialist medical profession (prescribers), and as it contains technical information and publicity restricted to these professionals, it should not be made available to the lay public (for example in the waiting room of ambulatory consulting rooms or clinics, whether these be public or private). INTERNATIONAL EDITORIAL BOARD ■ Adilson Costa United States of America ■ Américo Figueiredo Portugal ■ Antonio Torrelo Spain ■ Bernard Naafs Netherlands ■ Bruce H. Thiers United States of America ■ Clarisse Rebelo Portugal ■ David Cohen United States of America ■ Diane Baker United States of America ■ Francisco Bravo Peru ■ Giuseppe Argenziano Italy ■ Hugo Cabrera Argentina ■ Jeffrey B Travers United States of America ■ John McGrath United Kingdom ■ Jon Hanifin United States of America ■ Jorge Ocampo Candiani Mexico ■ Lawrence Schachner United States of America ■ Luis Diaz United States of America ■ Martin Sangueza Bolivia ■ Nicholas Soter United States of America ■ Pascal Joly France ■ Raúl Cabrera Chile ■ Ricardo Galimberti Argentina ■ Roberto Arenas Mexico ■ Roderick J. Hay United Kingdom ■ Ronald Brancaccio United States of America ■ Rudolph Happle Germany ■ Shyam B. Verma India ■ Thomas Luger Germany www.elsevier.com All rights reserved and protected by law 9.610 - 19/02/98. No part of this publication may be reproduced or transmitted in any form or by any means, electronic or mechanical, including photocopying, recording or any information storage and retrieval system, without permission in writing from the Brazilian Society of Dermatology and Elsevier. No responsibility is assumed by Elsevier and the Brazilian Society of Dermatology for any injury and/or damage to persons or property as a matter of products liability, negligence or otherwise, or from any use or operation of any methods, products, instructions, or ideas contained in the material herein. Because of rapid advances in the medical sciences, in particular, independent verification of diagnoses and drug dosages should be made. Although all advertising material is expected to conform to ethical (medical) standards, inclusion in this publication does not constitute a guarantee or endorsement of the quality.

Volume 99. Número 4. Julho/Agosto 2024 Sumário Editorial Anais Brasileiros de Dermatologia: às vésperas do seu centenário ................................................................. 489 Silvio Alencar Marques, Ana Maria Roselino, Hiram Larangeira de Almeida Junior, Luciana Patrícia Fernandes Abbade Educação Médica Continuada Tatuagens: riscos e complicações, abordagem clínica e histopatolologia.......................................................... 491 David Chalarca-Cañas, Mario A. Caviedes-Cleves, Luis A. Correa-Londoño, Juan Pablo Ospina-Gómez, Margarita M. Velásquez-Lopera Artigo Original As intervenções comportamentais são a melhor escolha para pacientes com dermatite atópica? Metanálise de seis ensaios controlados randomizados ....................................................................................................... 503 Wenying Zhong, Wei Li, Guangsheng Wu Avaliação pelo sistema de imagens de Scheimpfl ug da clareza da córnea e das propriedades do segmento anterior em pacientes com rosácea..................................................................................................................... 513 Erman Bozali, Duygu Yalinbaş Yeter, Mustafa Tosun, Anıl Selim Apa Associação de fatores sociodemográfi cos e clínicos com a qualidade de vida de indivíduos brasileiros com neurofi bromatose tipo 1: estudo transversal.................................................................................................................. 520 Natália Parenti Bicudo, Carla Maria Ramos Germano, Roberta Teixeira de Moraes, Lucimar Retto da Silva de Avó, Rosalie E. Ferner, Débora Gusmão Melo Efi cácia e segurança do creme de colchicina 0,5% versus creme de 5-fl uorouracil 5% no tratamento do campo de cancerização cutâneo: ensaio clínico randomizado .............................................................................. 527 Amanda Soares Teixeira, Ivanka Miranda de Castro Martins, Anna Carolina Miola, Hélio Amante Miot Análise da expressão e regulação biológica da proteína reguladora silenciadora 6 (SIRT6) no carcinoma espinocelular cutâneo.................................................................................................................................................. 535 Sai Chen, Hongxia Chen, Xu Wang, Dongmei Zhang, Li Zhang, Jiawei Cheng, Qi Zhang, Zhixiang Hua, Xu Miao, Jian Shi Terapia direcionada para doenças imunomediadas da pele. O que o dermatologista deve saber? ............................ 546 Edinson López, Raúl Cabrera, Cristóbal Lecaros Artigo Especial Enxerto de unidade folicular em úlceras crônicas: técnica valiosa para manejo integrado .................................... 568 Anahi Belatti, Florencia Maria Bertarini, Virginia Pombo, Luis Mazzuoccolo, Damian Ferrario Cartas - Investigação Dermatoscopia como ferramenta auxiliar para o diagnóstico de doenças escamosas acrais: psoríase palmoplantar, tinea pedis/manuum e eczema........................................................................................................... 578 Mariana Vieira Martins Sampaio Drummond, Jules Rimet Borges, Ana Maria Quinteiro Ribeiro, Bárbara Alvares Salum Ximenes

Efi cácia do minoxidil tópico a 5% versus 5 mg de biotina oral versus minoxidil tópico e biotina oral no crescimento capilar em homens: ensaio clínico randomizado, cruzado ........................................................................... 581 Flávia de Oliveira Valentim, Anna Carolina Miola, Hélio Amante Miot, Juliano Vilaverde Schmitt Eritrodermia esfoliativa: estudo clínico e etiológico de 88 casos atendidos em hospital terciário durante 25 anos........ 584 Rogério Nabor Kondo, Betina Samesima e Singh, Milene Cripa Pizatto de Araújo, Victória Prudêncio Ferreira, Jessica Almeida Marani, Airton dos Santos Gon Insulina inibe o crescimento tumoral de melanoma pela expressão do fator 4 ativador da transcrição, sem expressão detectável de fator de transcrição, CHOP: modelo in vivo .......................................................................... 587 Daniel do Prado, Marianna Boia-Ferreia, Hanna Camara da Justa, Andrea Senff-Ribeiro, Sérgio Lunardon Padilha Predição de falha de enxertos de pele no couro cabeludo por análise intraoperatória com laser speckle ................... 591 André Pinho, Ana Brinca, Carolina Figueiredo, Duarte Flor, Ricardo Vieira Fatores prognósticos e tempo de sobrevida de pacientes com melanoma atendidos em hospital de referência na Amazônia ................................................................................................................................. 594 Amanda Gabay Moreira, Antonio Vitor da Silva Freitas, Carla Andrea Avelar Pires Síndrome Stiff Skin: acompanhamento de longo prazo............................................................................... 597 Jessica Lana Conceição e Silva Baka, Tauana Ogata Coelho da Rocha, Marcella Soares Pincelli, Luciana de Paula Samorano Lima, Maria Cecília da Matta Rivitti Machado, Zilda Najjar Prado de Oliveira Cartas - Caso clínico Nova mutação ATP2C1 (c.1840-1G> A) em caso esporádico de doença de Hailey-Hailey perianal isolada associada a infecção por papilomavírus humano tipo 58 ............................................................................. 601 Yao Zhu, Yi-Ming Fan, Yan-Xia Cai, Yong-Hua Chen, Fang Qiu Melanoma amelanótico com lesão neural simulando hanseníase.................................................................... 603 Andrezza Telles Westin, Sebastião Antônio de Barros Junior, Cacilda da Silva Souza Monilétrix autossômico dominante com penetrância incompleta: nova mutação KRT86 em família chinesa ................ 606 Ru Dai, Tingting Wang, Xianjie Wu Dermatoscopia do tofo gotoso nasal e auricular ....................................................................................... 609 Bruno Simão dos Santos, Maria Augusta Pires Maciel, Neusa Yuriko Sakai Valente Nevo branco esponjoso familiar ......................................................................................................... 613 Camino Prada-García, Asunción González-Morán, Xenia Pérez-González Síndrome de Löfgren manifestação da sarcoidose aguda: resolução em curto prazo com associação de fármacos anti-infl amatórios .......................................................................................................................... 615 Rebecca Perez de Amorim, Ana Flávia Teixeira de Abreu, Aline Garcia Lutz, Vinícius Cardoso Nóbrega, Ivanka Miranda de Castro, Hélio Amante Miot Lupus miliaris disseminatus faciei com envolvimento extrafacial em menina japonesa de 6 anos ........................... 618 Misaki Kusano, Maki Takada, Natsuko Matsumura, Toshiyuki Yamamoto Ictiose adquirida paraneoplásica como primeira manifestação de linfoma anaplásico de grandes células associado a implante mamário ......................................................................................................................... 621 Héctor Chiang Wong, Pilar Martínez Sánchez, María del Carmen González Guzmán Cartas - Dermatopatologia Siringofi broadenocarcinoma écrino pigmentado simulando melanoma maligno .................................................. 625 Bianca Cristina Dantas, Luana Rytholz Castro, Natália Scardua Mariano Alves, Bethânia Cabral Cavalli Swiczar, Neusa Yuriko Sakai Valente Cartas - Tropical/Infectoparasitária Superdosagem de imunoterapia com PPD causando lesões tuberculose-símile na pele ........................................ 629 John Verrinder Veasey, Victória Cerqueira Elia, Ana Estela Ribeiro, Rute Facchini Lellis Sífi lis secundária ocorrendo sob terapia anti-CD20: riscos, progressão e abordagem ........................................... 632 Luiz Augusto Fabricio de Melo Garbers, Tissiana Marques de Haes, Cacilda da Silva Souza

Cartas - Terapia Minoxidil oral em baixa dose para alopecia persistente após quimioterapia e radioterapia em paciente pediátrica ...... 635 Raíssa Rodriguez Melo, Rita Fernanda Cortez de Almeida, Luciana Rodino Lemes, Sidney Frattini Junior, Paulo Müller Ramos, Daniel Fernandes Melo Fotossensibilidade induzida por mesalazina – Relato de caso e revisão da literatura ........................................... 637 Svetlana Popadic, Igor Kapetanovic, Aleksandra Sokic-Milutinovic Isotretinoína oral para tratamento de pitiríase versicolor crônica: relato de caso e revisão de literatura .................. 639 John Verrinder Veasey, Gustavo de Sá Menezes Carvalho, Guilherme Camargo Julio Valinoto Pitiríase rubra pilar após vacinação contra COVID-19: tratamento bem-sucedido com ustequinumabe ..................... 642 Bárbara Vieira Granja, Patrícia Amoedo, Nuno Preto Gomes, Catarina Costa, Filomena Azevedo, Sofi a Magina Tratamento bem-sucedido de paniculite neutrofílica reumatoide com tofacitinibe ............................................. 644 Hiram Larangeira de Almeida Junior, Vitor Dias Furtado, Viviane Siena Issaacson, Ana Letícia Boff Terbinafi na como tratamento bem-sucedido para aspergilose cutânea primária ................................................. 647 Juan-Manuel Morón Ocaña, Isabel-María Coronel Pérez, Elena-Margarita Rodríguez Rey

Anais Brasileiros de Dermatologia 2024;99(4):489- 490 Anais Brasileiros de Dermatologia www.anaisdedermatologia.org.br EDITORIAL Anais Brasileiros de Dermatologia: às vésperas do seu centenário , Os Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD), publicados pela primeira vez em janeiro de 1925 com a denomina¸cão de Annaes Brasileiros de Dermatologia e Syphilographia, já tinham como proposta a publica¸cão bimestral, o que nem sempre foi possível; porém, a publica¸cão ocorre de maneira ininterrupta desde então. A partir de 1983, sob a dire¸cão do Prof. Rubem David Azulay, os ABD consolidaram-se definitivamente como publica¸cão moderna, bimestral e com ênfase em artigos originais. Desde a sua cria¸cão, os ABD têm se mantido com o suporte financeiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), valendo-se, ao longo do tempo, do trabalho abnegado, em sucessão, dos Editores Científicos (Editor- -Chefe e Editores Associados), Revisores e Autores nacionais e internacionais. Embora não seja o periódico de Dermatologia mais antigo das Américas e nem mesmo da América do Sul, certamente é dos mais reconhecidos, por seu avan¸co praticamente constante, consolidado por sua indexa¸cão na LILACS desde 1981, SciELO desde 2003 e PubMed/Medline desde 2009. Os ABD têm, filosoficamente, dado espa¸co às enfermidades dermatológicas de natureza infecciosa e endêmica, tropicais ou não, milenares ou não, ainda prevalentes, e que afligem parte significante da popula¸cão brasileira,1- 4 incluindo assuntos originais e novas tecnologias.5,6 É dos raros periódicos de acesso aberto e sem custos para os autores, sejam brasileiros ou estrangeiros. No entanto, há desafios a superar, tanto no presente quanto no futuro, que deverão ser abordados nos próximos fascículos, para que DOI referente ao artigo: https://doi.org/10.1016/j.abd.2024.04.001 Como citar este artigo: Marques SA, Roselino AMF, Almeida Jr HL, Abbade LPF. Anais Brasileiros de Dermatologia: on the eve of its centennial year. An Bras Dermatol. 2024;99:489- 90. Trabalho realizado no Departamento de Infectologia, Dermatologia, Diagnóstico por Imagem e Radioterapia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP, Brasil. sejam discutidos e coletivamente definidos, ainda que polêmicos. Por exemplo, manter a revista impressa e online? Ficar apenas com a versão online? Exclusivamente em língua inglesa? Em fascículos ou em fluxo contínuo? Avan¸car na discussão de financiamento das taxas de publica¸cão com custos compartilhados? Essas são as questões mais prementes. E por que devem ser discutidas? Sugerimos que consultem os artigos de Marques et al.7 e Miot et al.,8 que enfatizam a importância das métricas que avaliam e ranqueiam os periódicos científicos e que refor¸cam a importância da discussão dos itens acima sugeridos. No presente, compete-nos como ABD, SBD e seus Associados bem preparar as comemora¸cões dos 100 anos de publica¸cão a que, certamente, os ABD fazem jus. E a certeza de que, além das felicita¸cões que os ABD irão receber, também aguardamos conquistas resultantes de discussões sobre as questões acima elencadas. Convidamos os Associados e os Conselhos Editoriais Nacional e Internacional a compartilharem conosco suas ideias e sugestões para que os ABD, no seu centenário, sejam destacados entre os periódicos científicos contemporâneos do universo dermatológico. Suporte financeiro Nenhum. Contribui¸cão dos autores Silvio Alencar Marques: Aprova¸cão da versão final do manuscrito; elabora¸cão e reda¸cão do manuscrito. Ana Maria Roselino: Aprova¸cão da versão final do manuscrito; elabora¸cão e reda¸cão do manuscrito. Hiram Larangeira de Almeida Junior: Aprova¸cão da versão final do manuscrito; elabora¸cão e reda¸cão do manuscrito. Luciana P. Fernandes Abbade: Aprova¸cão da versão final do manuscrito; elabora¸cão e reda¸cão do manuscrito. 2666-2752/© 2024 Sociedade Brasileira de Dermatologia. Publicado por Elsevier Espan˜a, S.L.U. Este e´ um artigo Open Access sob uma licen¸ca CC BY (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).

EDITORIAL Conflito de interesses Nenhum. Referências 1. Orofino-Costa R, Freitas DFS, Bernardes-Engemann AR, Rodrigues AM, Talhari C, Ferraz CE, et al. Human sporotrichosis: recommendations from the Brazilian Society of Dermatology for the clinical, diagnostic and therapeutic management. An Bras Dermatol. 2022;97:757- 77. 2. Montanha JOM, Nardi SMT, Binhardi FMT, Pedro HSP, Santi MP, Paschoal VDA. ML Flow serological test: complementary tool in leprosy. An Bras Dermatol. 2023;98:331- 8. 3. Cestari SCP, Cestari MCP, Marques GF, Lirio I, Tovo R, Labriola ICS. Cutaneous manifestations of COVID-19 patients in a Hospital in São Paulo, Brazil, and global literature review. An Bras Dermatol. 2023;98:466- 71. 4. Moraes PC, Eidt LM, Koehler A, Ransan LG, Scrofeneker ML. Epidemiological characteristics of leprosy from 2000 to 2019 in a state with low endemicity in southern Brazil. An Bras Dermatol. 2023;98:602- 10. 5. Tavares GT, Morato IB, Wainstein AJA. 90-degree incision in Mohs micrographic surgery for eyelid margin tumors - is there a benefit? An Bras Dermatol. 2023;98:115- 7. 6. Braga JCT, Barcaui CB, Pinheiro AM, Sortino AMF, Abdalla CMZ, Campos-do-Carmo G, et al. Reflectance confocal microscopy - Consensus terminology glossary in Brazilian Portuguese for normal skin, melanocytic and non-melanocytic lesions. An Bras Dermatol. 2024;99:100- 10. 7. Marques SA, Roselino AMF, Almeida HL Jr, Abbade LPF. Anais Brasileiros de Dermatologia: metrics related to 2022 and position in the ranking of Dermatology journals. An Bras Dermatol. 2024;99:1- 2. 8. Miot HA, Criado PR, Castro CCS, Ianhez M, Talhari C, Müller-Ramos P. Bibliometric evaluation of Anais Brasileiros de Dermatologia (2013- 2022). An Bras Dermatol. 2024;99:90- 9. Silvio Alencar Marques a,∗, Ana Maria Roselino b, Hiram Larangeira de Almeida Junior c,d e Luciana Patrícia Fernandes Abbade a a Departamento de Infectologia, Dermatologia, Diagnóstico por Imagem e Radioterapia, Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP, Brasil b Departamento de Clínica Médica, Divisão de Dermatologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil c Departamento de Dermatologia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, Brasil d Departamento de Dermatologia, Universidade Católica de Pelotas, Pelotas, RS, Brasil ∗Autor para correspondência. E-mail: silvio.marques@unesp.br (S.A. Marques). Recebido em 6 de abril de 2024; Aceito em 17 de abril de 2024 490

Anais Brasileiros de Dermatologia 2024;99(4):491- 502 Anais Brasileiros de Dermatologia www.anaisdedermatologia.org.br EDUCAC¸ÃO MÉDICA CONTINUADA Tatuagens: riscos e complica¸cões, abordagem clínica e histopatolologia , David Chalarca-Can˜as a,∗, Mario A. Caviedes-Cleves b, Luis A. Correa-London˜o a, Juan Pablo Ospina-Gómez a e Margarita M. Velásquez-Lopera a a Departamento de Dermatologia, Faculdade de Medicina, Universidad de Antioquia, Medellín, Colômbia b Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina, Universidad de Antioquia, Medellín, Colômbia Recebido em 24 de junho de 2023; aceito em 23 de julho de 2023 PALAVRAS-CHAVE Complica¸cões; Pele; Pun¸cões; Tatuagem; Tintas Resumo Fundamentos: A modifica¸cão da pele por meio de tatuagens é tão antiga quanto a própria humanidade. Porém, essa tendência está aumentando e, com o uso de diferentes tipos de pigmentos e técnicas de aplica¸cão, podem surgir complica¸cões tanto cutâneas quanto sistêmicas. As rea¸cões adversas podem ser agrupadas em cinco classes: inflamatórias, infecciosas, neoplásicas, estéticas e diversas. Na histopatologia, as rea¸cões inflamatórias podem exibir padrão liquenoide ou apresentar-se como dermatite espongiótica, rea¸cões granulomatosas, pseudolinfoma, hiperplasia pseudoepiteliomatosa ou altera¸cões semelhantes à esclerodermia/morfeia. Este artigo revisa as complica¸cões das tatuagens, incluindo suas características clínicas e histopatológicas. Métodos: Foi realizada busca aberta na base de dados PubMed utilizando os termos ‘‘tattoo’’, ‘‘complications’’ e ‘‘skin’’. Não foram estabelecidos limites para data, idioma ou tipo de publica¸cão dos artigos. Resultados: As rea¸cões às tatuagens são relatadas em até 67% das pessoas que se tatuam; as rea¸cões papulonodulares e granulomatosas são as mais comuns. Algumas complica¸cões neoplásicas foram descritas, mas sua causalidade ainda é debatida. Pigmento de qualquer cor pode causar rea¸cões adversas, embora o vermelho esteja mais frequentemente associado a essas rea¸cões. Pacientes com dermatoses preexistentes podem apresentar exacerba¸cão ou complica¸cão de suas doen¸cas ao fazerem tatuagens; portanto, esse procedimento não é recomendado para esse grupo de pacientes. DOI referente ao artigo: https://doi.org/10.1016/j.abd.2023.07.004 Como citar este artigo: Chalarca-Can˜as D, Caviedes-Cleves MA, Correa-London˜o LA, Ospina-Gómez JP, Velásquez-Lopera MM. Tattoos: risks and complications, clinical and histopathological approach. An Bras Dermatol. 2024;99:491- 502. Trabalho realizado na Universidad de Antioquia, Medellin, Colômbia. ∗ Autor para correspondência. E-mail: david.chalarca@udea.edu.co (D. Chalarca-Can˜as). 2666-2752/© 2024 Sociedade Brasileira de Dermatologia. Publicado por Elsevier Espan˜a, S.L.U. Este e´ um artigo Open Access sob uma licen¸ca CC BY (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).

D. Chalarca-Can˜as, M.A. Caviedes-Cleves, L.A. Correa-London˜o et al. Conclusão: Recomenda-se consulta dermatológica antes de realizar uma tatuagem, bem como exame histopatológico em caso de complica¸cões. Em pacientes que desenvolvem rea¸cões inflamatórias cutâneas após tatuagem são recomendados estudos adicionais para investiga¸cão de doen¸cas sistêmicas, como sarcoidose, pioderma gangrenoso, dermatite atópica e neoplasias. É importante que os médicos sejam treinados para prestar cuidados adequados em caso de complica¸cões. © 2024 Sociedade Brasileira de Dermatologia. Publicado por Elsevier Espan˜a, S.L.U. Este e´ um artigo Open Access sob uma licen¸ca CC BY (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/). Introdu¸cão Defini¸cão A tatuagem permanente é uma prática realizada com fins estéticos que envolve a modifica¸cão da cor da pele. Existem diferentes tipos de tatuagens cosméticas, aplicadas por meio da micropigmenta¸cão em diversas áreas do corpo, como olhos, região bucinadora, lábios, sobrancelhas, entre outras. Seu objetivo pode ser simular maquiagem ou camuflar condi¸cões dermatológicas como vitiligo, alopecia e cicatrizes cirúrgicas. Além disso, a tatuagem tridimensional da aréola e do mamilo também é usada como etapa final na cirurgia reconstrutora da mama.1- 3 História A prática da tatuagem tem longa história, que remonta a mais de 5.000 anos. O termo vem da palavra taitiana ‘‘ta- -tau’’, que significa ‘‘os resultados da batida’’. A evidência mais antiga de tatuagem foi encontrada em Ötzi, o homem do gelo descoberto nos Alpes ítalo-austríacos em 1991, que tinha mais de 50 tatuagens de carvão nas articula¸cões artríticas. Acredita-se que as primeiras tatuagens tinham fins terapêuticos.4 Embora a prática tenha se espalhado por toda a Europa, foi proibida pelo imperador Constantino com a chegada do cristianismo, e outras religiões como o judaísmo e o islamismo também não a aceitaram. Entretanto, durante as expedi¸cões oceânicas no século XVII, a tatuagem foi reintroduzida na civiliza¸cão ocidental e tornou-se símbolo de riqueza entre as classes altas no século XIX. C.H. Fellows é considerado um dos primeiros tatuadores profissionais, e foi em 1870, em Nova York, que o primeiro estúdio de tatuagem foi inaugurado, por Martin Hildebrant, um imigrante alemão. Seu principal concorrente foi Samuel O’Reilly, que inventou a máquina de tatuagem em 1891, inspirada em um dispositivo criado por Thomas Edison. Por volta de 1900, existiam estúdios de tatuagem em quase todas as grandes cidades. Nessa época as tatuagens eram usadas principalmente por boêmios do submundo e artistas de circo, e permaneceram fora do interesse do público em geral até a década de 1970, quando passaram a ser cada vez mais aceitas por ambos os gêneros e todas as idades. Atualmente, tornou-se tendência da moda e é feita com fins decorativos, gozando de grande popularidade em diversas culturas e faixas etárias. Apesar das melhorias nas práticas de higiene e esteriliza¸cão, o relato de rea¸cões adversas está aumentando em virtude do uso de outros componentes nos pigmentos das tatuagens.5 Métodos Foi realizada busca aberta na base de dados PubMed sem restri¸cões de data, idioma ou tipo de publica¸cão para reunir informa¸cões sobre as complica¸cões dermatológicas das tatuagens. Os termos de busca utilizados foram ‘‘tattoo’’, ‘‘complications’’, e ‘‘skin’’. Foram excluídos artigos que tratassem de complica¸cões sistêmicas relacionadas a tatuagens. Além disso, foram revisados alguns artigos e fontes locais de informa¸cão da América Latina e da Colômbia. Foram incluídas algumas imagens clínicas e histopatológicas de complica¸cões cutâneas associadas à tatuagem, obtidas do Departamento de Dermatologia da Colômbia com consentimento prévio dos pacientes. Resultados Na busca inicial na base de dados PubMed utilizando o termo ‘‘tatoo’’, foram encontrados 6.359 resultados. Contudo, ao utilizar termos de busca mais específicos como ‘‘tattoo’’, ‘‘complications’’ e ‘‘skin’’, o conjunto de artigos foi limitado a 391. Além disso, foram incorporadas algumas referências a artigos e informa¸cões locais da América Latina e da Colômbia sobre complica¸cões em tatuagens. Após análise dos artigos, 80 deles atenderam aos objetivos da busca e foram incluídos na revisão. Epidemiologia A prática de tatuagens ocorre principalmente entre adolescentes e adultos jovens, mas tem ganhado popularidade em todas as faixas etárias. A prevalência de tatuagens varia significantemente entre as diferentes regiões do mundo e não existem dados oficiais que indiquem a percentagem da popula¸cão global com tatuagens. Segundo pesquisas realizadas por portais de estatísticas como o Statista, aproximadamente 30% dos norte-americanos têm tatuagens. Na Colômbia, uma pesquisa realizada pelo portal Cifras y Conceptos em 2020 revelou que 6% da popula¸cão com mais de 35 anos têm tatuagens, enquanto 19% dos colombianos entre 25 e 34 anos e 47% das pessoas entre 18 e 24 anos têm tatuagens. Verificou-se que até 23% dos indivíduos que fazem uma tatuagem não ficam satisfeitos com o resultado.1 Com o aumento da prática da tatuagem, há um número crescente de rea¸cões adversas, frequentemente observadas pelos médicos, mas que são menos conhecidas do público. Em geral, essas rea¸cões adversas não são potencialmente fatais, mas podem afetar significantemente a qualidade de vida e causar desfigura¸cão. Alguns estudos descrevem que 492

Anais Brasileiros de Dermatologia 2024;99(4):491- 502 até 2,1% dos pacientes que fazem tatuagens apresentam algum tipo de complica¸cão,6 mas acredita-se que a taxa real possa ser maior em virtude do subdiagnóstico, pois muitas pessoas não procuram orienta¸cão médica ou se automedicam. Na verdade, alguns estudos relataram taxas de até 67% de rea¸cões adversas cutâneas.7 O pigmento mais utilizado nas tatuagens é o preto, mas as rea¸cões adversas ocorrem mais comumente em resposta ao pigmento vermelho. O pigmento verde está menos frequentemente implicado em rea¸cões de tatuagem, mas foi relatado que piora as rea¸cões cutâneas em pacientes durante testes de contato.5 Regulamenta¸cão na Colômbia e no mundo Embora os pigmentos utilizados nas tintas de tatuagem devam ser aprovados pela Lei Federal de Alimentos, Medicamentos e Cosméticos antes de serem comercializados, a Food and Drug Administration (FDA) não regulamentou seu uso em virtude da prioridade de outras questões de saúde pública e da falta de evidências de problemas de seguran¸ca específicos relacionados a esses pigmentos. A FDA classifica as tintas para tatuagem como cosméticos e toma medidas para prevenir problemas de seguran¸ca e avaliar a gravidade dos eventos adversos e a seguran¸ca dos pigmentos caso sejam identificados problemas de seguran¸ca. Na Colômbia, a regulamenta¸cão da prática da tatuagem segue os mesmos requisitos dos estabelecimentos cosméticos, conforme Resolu¸cão 2.263 de 2004 do Ministério da Saúde da Colômbia. A regulamenta¸cão limita-se aos requisitos de abertura, funcionamento, biosseguran¸ca e treinamento, mas não se estende à vigilância de eventos adversos relacionados aos pigmentos para tatuagem.8,9 Pigmentos para tatuagem Os pigmentos são suspensões que contêm sais metálicos e compostos orgânicos em um veículo líquido, como água, álcool e glicerina. No passado, eram ricos em sais metálicos, como o sulfeto de mercúrio, responsável por muitas rea¸cões adversas. Atualmente, esses componentes ainda estão presentes, mas em quantidades menores que variam dependendo da cor do pigmento. O de cor preta contém óxido de zinco e carbono; o pigmento branco contém carbonato de chumbo, dióxido de titânio, sulfato de bário e óxido de zinco; o pigmento vermelho contém sulfeto de mercúrio (cinábrio), seleneto de cádmio (vermelho de cádmio), terra de siena, hidrato férrico (ocre vermelho) e corantes orgânicos; o pigmento marrom contém óxido de ferro (ocre); o pigmento amarelo contém amarelo cádmio, ocre, amarelo a¸cafrão e amarelo cromo; o pigmento verde contém óxido de cromo, cromato de chumbo, corantes de ftalocianina, ferrocianetos e ferricianetos; o pigmento azul é composto de azul cobalto, ftalocianina de cobalto e aluminato de cobalto; o pigmento roxo contém pirofosfato de amônio e manganês, sais de alumínio e dioxazina/carbazol.10,11 Atualmente, muitos desses componentes estão sendo substituídos por pigmentos azoicos (usados em impressoras ou tintas automotivas) por serem mais coloridos e resistentes ao desbotamento.12 Entretanto, eles podem conter impurezas como aminas aromáticas.13 Antimônio, cádmio, chumbo, cromo, cobalto, níquel e arsênico podem estar presentes como contaminantes.14 Sais metálicos inorgânicos ou pigmentos vegetais misturados com cinzas de cigarro ou outros tipos de tintas são usados por tatuadores amadores inexperientes, com maior risco de eventos adversos.15 A maioria dos componentes utilizados nas tatuagens permanentes são tóxicos, mutagênicos ou cancerígenos. Como resultado, podem ocorrer rea¸cões adversas com ampla gama de manifesta¸cões que podem aparecer imediatamente ou anos após a realiza¸cão da tatuagem.16 As tatuagens superficiais de henna apenas tingem o estrato córneo, sem introduzir pigmento na derme. Essas tatuagens contêm aditivos como suco de limão ou beterraba, casca de noz, a¸cúcar e parafenilenodiamina, que aceleram o processo de fixa¸cão e melhoram a dura¸cão da tatuagem, durando de uma a três semanas.17,18 Mecanismo fisiopatológico O procedimento envolve o rompimento da barreira cutânea por meio da aplica¸cão repetitiva de agulhas manualmente ou por máquinas elétricas, seguida da deposi¸cão de partículas coloridas exógenas abaixo da jun¸cão dermoepidérmica a uma profundidade de 1- 3 mm, atingindo a derme papilar e reticular. A ruptura dos capilares superficiais durante as pun¸cões provoca leve sangramento que se mistura com a tinta. As partículas coloridas são pouco solúveis e altamente resistentes à degrada¸cão enzimática, o que perpetua sua presen¸ca na derme. A ruptura da membrana basal e a necrose de algumas células dérmicas e epidérmicas produzem a resposta inflamatória aguda durante as primeiras 2 horas após o procedimento, quando as células polimorfonucleares fagocitam o pigmento. Isso se manifesta clinicamente como edema transitório. Após 24 horas, o pigmento se acumula nos fagossomos citoplasmáticos de queratinócitos, histiócitos, mastócitos e fibroblastos. Durante o primeiro mês após o procedimento, antes da regenera¸cão da membrana basal, parte do pigmento é eliminado por via transepidérmica e pode ser encontrado em queratinócitos, macrófagos e fibroblastos. Durante essa fase de cicatriza¸cão, alguns microrganismos patogénicos podem infectar a pele. Uma vez regenerada a membrana basal, não ocorre mais elimina¸cão transepidérmica, reduzindo o risco de complica¸cões infecciosas. Após a resposta aguda do hospedeiro ocorre uma rea¸cão ao material estranho (tinta), envolvendo inicialmente uma resposta imune mediada por células, caracterizada histopatologicamente por denso infiltrado inflamatório linfocitário na derme. Partículas maiores não são transportadas para outros locais anatômicos e tornam-se residentes na derme, onde são sequestradas por células mononucleares, fibroblastos e tecido extracelular. Partículas menores de tinta penetram mais profundamente na derme e são reconhecidas pelas células de Langerhans, que eventualmente as transportam para os gânglios linfáticos, gerando resposta linfocítica reacional. Clinicamente, apresenta-se como linfadenopatia e, na histopatologia, é representada pela presen¸ca de pigmento nos gânglios linfáticos com abundantes histiócitos e células de Langerhans no paracórtex (linfadenopatia dermatopática).5,19,20 Respostas exageradas ou desreguladas, bem como a presen¸ca de substâncias tóxicas, geram as complica¸cões citadas a seguir. 493

D. Chalarca-Can˜as, M.A. Caviedes-Cleves, L.A. Correa-London˜o et al. Manifesta¸cões clínicas As rea¸cões cutâneas adversas podem apresentar-se de maneira diversa, incluindo edema, rea¸cões alérgicas, prurido, dor local, eritema, sangramento, forma¸cão de pápulas, nódulos, dor intensa e, raramente, neoplasias. Além disso, tatuagens temporárias à base de hena podem causar rea¸cões eczematosas agudas que progridem para despigmenta¸cão, cicatrizes hipertróficas ou rea¸cões liquenoides mais graves.21 Categoricamente, essas rea¸cões podem ser divididas em cinco grupos: inflamatórias, infecciosas, neoplásicas, estéticas e diversas. As rea¸cões inflamatórias são ainda categorizadas histopatologicamente em padrão liquenoide, dermatite espongiótica, padrão granulomatoso, pseudolinfoma, hiperplasia pseudoepiteliomatosa, padrão esclerodermiforme/morfeiforme, entre outros.16 Em revisão sistemática, constatou-se que dentre todas as complica¸cões associadas às tatuagens, as rea¸cões granulomatosas representaram 48,48%, as rea¸cões infecciosas 21,21% e as rea¸cões alérgicas 12,12%.22 Complica¸cões inflamatórias Edema transitório O edema transitório é rea¸cão inevitável e considera-se que até 1/3 dos indivíduos tatuados podem apresentar essa complica¸cão menor.23 Manifesta-se como endurecimento da área tatuada e pode ou não ser acompanhada de prurido, altera¸cão na pigmenta¸cão da pele, focos de hemorragia intradérmica, entre outros, que se resolvem progressivamente no período de duas a três semanas após a inje¸cão do pigmento. Essas manifesta¸cões podem resultar do trauma de centenas de perfura¸cões de agulha, irrita¸cão pelo uso de álcool ou rea¸cão inflamatória aguda ao pigmento e/ou diluente, levando à ruptura da membrana basal epidérmica e necrose parcial das células dérmicas e epidérmicas.24,25 Rea¸cões alérgicas/imunomediadas A dermatite de contato alérgica é caracterizada por lesões eczematosas, hiperceratóticas ou ulcero-necróticas na área tatuada, que podem ser fotossensibilizadas em virtude da altera¸cão dos pigmentos por meio da decomposi¸cão ultravioleta (UV) ou hapteniza¸cão de antígenos. A hapteniza¸cão ocorre quando a luz UV afeta os pigmentos e altera sua composi¸cão química, tornando-os reconhecíveis como substâncias estranhas e desencadeando uma resposta imunológica. Isso pode resultar em erup¸cões eritematosas, vesiculares ou esfoliativas.26 Apesar da transi¸cão para pigmentos azoicos, as rea¸cões de hipersensibilidade em tatuagens ainda são atribuídas principalmente à presen¸ca de mercúrio nos pigmentos vermelhos.16,27 Em rela¸cão a outros pigmentos, é difícil confirmar o alérgeno responsável por meio de testes de contato em virtude da falta de listas precisas de ingredientes e alérgenos comparáveis para testes, e os resultados geralmente são negativos.28 Isso refor¸ca a ideia de que a hapteniza¸cão do pigmento seja uma etapa necessária na patogênese das rea¸cões adversas.28 É importante observar que o principal diagnóstico diferencial para essa rea¸cão é o pseudolinfoma, que geralmente ocorre por conta de mais de um pigmento de tatuagem.16 Figura 1 Lesões papulonodulares após tatuagem cosmética nas sobrancelhas. O diagnóstico final foi sarcoidose. Arquivo fotográfico do Servi¸co de Dermatologia da Universidad de Antioquia. Doen¸cas crônicas da pele As tatuagens podem desencadear o aparecimento de novas lesões em indivíduos com dermatoses preexistentes. Essas lesões geralmente aparecem alguns dias a semanas após a tatuagem, e podem persistir por vários meses.29 Doen¸cas cutâneas crônicas como psoríase, vitiligo, granuloma anular, líquen plano, líquen escleroso, pioderma gangrenoso, lúpus eritematoso, morfeia e doen¸ca de Darier compartilham uma característica comum: as manifesta¸cões cutâneas podem ser reproduzidas em áreas de trauma focal (fenômeno isomórfico de Koebner).5,27 Pacientes com dermatite atópica podem desenvolver alergia de contato e rea¸cões de fotossensibilidade que desencadeiam rea¸cões eczematosas ou pioram exacerba¸cões.27 Do mesmo modo, foi relatado que pacientes com pioderma gangrenoso preexistente desenvolvem úlceras semelhantes no local da tatuagem, especialmente nas extremidades inferiores, em virtude do fenômeno de patergia.30,31 É importante considerar a recomenda¸cão de que pacientes com dermatoses preexistentes se abstenham de fazer tatuagens ou sejam avaliados por dermatologista antes de fazê-lo, pelo risco potencial de agravar a doen¸ca subjacente. Rea¸cões papulonodulares Ocorrem meses ou anos após a tatuagem e estão principalmente associadas a rea¸cões do tipo corpo estranho; aproximadamente 29,3% dos casos estão associados à sarcoidose cutânea ou sistêmica (fig. 1). As rea¸cões cutâneas granulomatosas associadas a tatuagens podem ser uma apresenta¸cão inicial de doen¸ca sistêmica como a sarcoidose, necessitando de estudos adicionais como radiografia de tórax ou tomografia computadorizada e exames laboratoriais.32 O mecanismo de indu¸cão da sarcoidose em indivíduos tatuados pode ser a sobrecarga pigmentar, que pode ocorrer nas bordas ou cantos da tatuagem onde a densidade pigmentar é maior do que em outras áreas, ou nos casos em que haja introdu¸cão repetida de material estranho. Isso poderia levar à exposi¸cão crônica do sistema imunológico ao pigmento de tatuagem, resultando em inflama¸cão granulomatosa sustentada do tipo corpo estranho e subsequente desenvolvimento de autoimunidade focal em indivíduos geneticamente suscetíveis ao 494

Anais Brasileiros de Dermatologia 2024;99(4):491- 502 Figura2 Lesões papulonodulares sobre tatuagem preta e vermelha na região lombar inferior. O diagnóstico histopatológico foi pseudolinfoma. Arquivo fotográfico do Servi¸co de Dermatologia da Universidad de Antioquia. desenvolvimento de sarcoidose. Isso explica o período de latência frequentemente prolongado entre a realiza¸cão da tatuagem e o aparecimento dos sintomas clínicos.33,34 Sarcoidose foi detectada em tatuagens de pacientes que foram tratados com interferon por qualquer motivo. Por essa razão, sugere-se que indivíduos com histórico de sarcoidose evitem tatuagens se estiverem em tratamento com interferon. Pápulas e nódulos eritemato-violáceos endurecidos, assintomáticos ou pruriginosos na área tatuada (fig. 2) também podem ocorrer secundários a líquen plano, pseudolinfoma, papulose linfomatoide, linfomas, entre outros, com diagnóstico a ser confirmado pela histopatologia.35 Vasculite A rela¸cão não é clara; entretanto, foram relatados casos isolados de vasculite de hipersensibilidade. É importante descartar outras causas de vasculite, como infec¸cão, medicamentos, neoplasias malignas ou doen¸cas sistêmicas.36 Classifica¸cão histopatológica das complica¸cões inflamatórias decorrentes de tatuagens Padrão inflamatório liquenoide É a rea¸cão tecidual de hipersensibilidade mais comum que pode ocorrer em resposta a pigmento de qualquer cor, com predile¸cão pelo vermelho devido a presen¸ca de componentes como níquel, mercúrio e cádmio, apresentando-se até mesmo como lesões verrucosas.37 As rea¸cões liquenoides podem ser causadas por líquen plano ou sobrepor-se a rea¸cões alérgicas e, por vezes, é difícil distinguir entre essas duas etiologias, tornando crucial a correla¸cão clínica. Às vezes, o padrão inflamatório liquenoide está associado ao fenômeno isomórfico de Koebner em pacientes com líquen plano não diagnosticado; portanto, quando for encontrado, outras localiza¸cões anatômicas devem ser examinados.38,39 Na histopatologia, é caracterizado por infiltrado inflamatório dérmico linfocitário em faixa subepidérmica, com altera¸cões de interface tais como degenera¸cão vacuolar da camada basal da epiderme e queratinócitos disceratóticos40 (fig. 3). Dermatite espongiótica Essa rea¸cão pode ser encontrada na fase aguda após a tatuagem (edema transitório) ou pode ser manifesta¸cão de resposta alérgica. Na histopatologia, é caracterizada por edema epidérmico intercelular (eczema) acompanhado por infiltrado inflamatório dérmico linfocitário crônico misto ou não, que pode se sobrepor ao padrão liquenoide41,42 (fig. 4). Padrão inflamatório granulomatoso Infiltrado inflamatório composto por histiócitos epitelioides, células gigantes multinucleadas e infiltrado linfocitário e de células polimorfonucleares variável, que podem se organizar em diferentes padrões, dos quais o granuloma tipo por corpo estranho e o granuloma sarcoide são os mais comuns. Granulomas tipo por corpo estranho são caracterizados por células gigantes do tipo por corpo estranho carregadas de pigmento. A sarcoidose é definida por granulomas epitelioides não caseosos com pouca ou nenhuma resposta inflamatória concomitante43 (fig. 5). Colora¸cões especiais e/ou culturas devem ser realizadas para descartar infec¸cão fúngica ou micobacteriana. Granulomas com necrose central (tuberculoides) são observados principalmente na tuberculose e na hanseníase, embora também tenham sido descritos em resposta ao óxido férrico e aos sais de cromo em tatuagens cosméticas. Rea¸cões do tipo granuloma anular e necrobiose lipoídica são mais raras.16,27,38 Em um caso descrito, foi observada doen¸ca semelhante a Rosai-Dorfman com denso infiltrado inflamatório linfocitário e histiocítico na derme. Foram encontrados histiócitos abundantes com emperipolese de células inflamatórias. Entretanto, diferentemente da doen¸ca de Rosai-Dorfman, não houve envolvimento de linfonodos, o que é um achado característico dessa doen¸ca.44 Pseudolinfoma O pseudolinfoma é rea¸cão clinicamente benigna caracterizada na histopatologia por densos infiltrados linfocitários dérmicos nodulares ou infiltrados liquenoides em faixa subepidérmica. Estudos imuno-histoquímicos podem mostrar a presen¸ca de células B e T com imunofenótipo normal, e estudos de rearranjo genético revelarão popula¸cões de linfócitos policlonais.45 A patogênese é incerta; no entanto, foi relatado que ocorre frequentemente em áreas de tatuagens com pigmento vermelho, o que induz estimula¸cão antigênica crônica, resultando em prolifera¸cão policlonal de células linfoides B e T. Embora a transforma¸cão maligna seja rara, foram descritos casos de linfomas de células B associados a tatuagens - portanto, recomenda-se seguimento rigoroso. O diagnóstico diferencial inclui rea¸cões alérgicas, linfomas de células B e T, papulose linfomatoide e infec¸cões.46,47 Hiperplasia pseudoepiteliomatosa É padrão reativo caracterizado por hiperplasia epidérmica acentuada acompanhada de hiperceratose folicular e inflama¸cão dérmica variável, composta por linfócitos e plasmócitos.48 Pode ser desencadeada por estímulos como irrita¸cão crônica, cicatrizes, trauma e dermatoses inflamatórias ou infecciosas inespecíficas, apresentando-se entre duas semanas a três meses após a tatuagem. Deve ser diferenciada de neoplasias, como ceratoacantoma e carcinoma espinocelular.49 495

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